domingo, 28 de agosto de 2011

A Busca do Equilíbrio Espiritual

Os modelos técnico-científicos e instrumentais inventados, produzidos e utilizados para a construção de um mundo mais justo para todos os seres nele existentes, parecem esgotados, pese embora todo o potencial humano, direccionado na busca de melhores condições de vida material para todos os indivíduos da natureza planetária conhecida, na circunstância, o planeta Terra.
O homem tem consciência que vive um pouco num equilíbrio de terror, porque conhece, relativamente bem, as usas próprias intenções, que resultados pretende alcançar com certas atitudes, instrumentos e materiais utilizados, nos planos que vai elaborando e desenvolvendo na prática da vida concreta, física e objectivada para determinados alvos.
Um tal equilíbrio de terror tem, sistematicamente, ignorado outras alternativas, por sinal, bem, muito bem mais compatíveis com a superior inteligência humana e com a dignidade inigualável e inquestionável que resulta da condição de ser pessoa humana.
Colocar ao serviço da guerra, da destruição, do sofrimento, da dor e da morte todo este potencial humano e os recursos naturais que Alguém criou para o benefício de todos, constitui um comportamento “bestialmente selvagem”, contra a Natureza e contra Deus, qualquer que seja a Divindade que O represente, em cada homem, em cada cultura, em cada povo.
Sempre que um homem, um grupo, uma comunidade invoca o princípio, segundo o qual, “todos nascem livres e iguais”, significará pretender agir em conformidade ou, pelo contrário, tal manifestação apenas procura encobrir a hipocrisia de quem tenciona agir, precisamente, ao inverso e desrespeitando o seu semelhante?
Salvaguardando-se as felizes excepções, assiste-se, actualmente, à mais desenfreada e despudorada destruição dos princípios e valores instituídos, desde sempre pelo Deus Universal, consubstanciados em meia dúzia de virtudes, cada vez mais ignoradas pelo homem.
A maioria das pessoas vive, para além da materialidade do mundo concreto, preocupada e em busca das soluções que da transcendência do divino poderá ter para algumas situações, ainda não resolvidas pela Ciência e pela Técnica.
A virtude da adoração a um Deus n’O qual se acredita, constitui uma possibilidade de momentos felizes, calmos e profundos, susceptíveis de repetições, tantas quantas se queiram, contribuindo para um comportamento mais solidário, porquanto: “Adorar ao Deus verdadeiro ajuda a evitar um modo de vida puramente egocêntrico. (…) A verdadeira adoração é boa para você porque o ajuda a se tornar uma pessoa melhor. À medida que se pratica a adoração verdadeira você desenvolve uma personalidade que resulta em relacionamentos mais felizes. Você aprende de Deus e de seu Filho sobre como agir com honestidade, falar de modo bondoso e ser uma pessoa responsável.” (in SENTINELA, 2006: 6 Vol.127, nº 17)
O Homem deste novo século, independentemente das suas convicções político-filosóficas e religiosas, não tem que se submeter a quaisquer complexos e/ou preconceitos para manifestar, livremente, o seu pensamento acerca de um tema, por muito melindroso que ele possa ser.
Cada religião tem os seus valores, rituais, liturgia, processos de intervenção na sociedade e condução dos seus crentes, alegadamente, para uma situação de plena felicidade espiritual.
Aliás, só com estratégias que visem a dinamização, o intercâmbio e o diálogo inter-religiões se poderá construir um mundo mais consensual, mais tolerante, porque mais ecléctico, com tudo o que de bom e dignificante cada religião comporta.
Certamente que não haverá religiões em que os seus crentes sejam bandos de marginais e de malfeitores, excluindo aqui, ainda que pontualmente, os fundamentalismos e toda a espécie de radicalismos que, ao longo da história, se têm verificado com intervenções condenáveis à luz dos valores da vida, da dignidade e do humanismo.
A importância e influência de cada religião, também, mas não só, resultam da adesão e da fé que os respectivos crentes nela depositam, sendo certo que é muito mais difícil acreditar nos valores religiosos e práticas ritualistas de uma religião que promover e defender o mal, a guerra, a desgraça e a morte.
O homem “sapiens” e “tecnologicus” deste novo milénio, tem condições para compreender, harmonizar e elaborar novas regras de boa-convivência inter-pares, adoptar atitudes tolerantes, solidárias, com a elevação espiritual que o caracteriza.
A dimensão religiosa poderá ser mais um traço distintivo que eleva o homem a uma condição superior, relativamente aos restantes animais, estimulando-se, por isso mesmo, o seu empenhamento nas práticas e intercâmbios religiosos.
A consciência religiosa de cada indivíduo humano, certamente que contribui para se atingir uma certa paz espiritual, se se preferir, a verdadeira felicidade, naquilo que ela tem de mais sublime: a amizade pura, baseada num verdadeiro Amor, qualquer que este seja, a lealdade, o carinho, a cumplicidade, a sinceridade, a tolerância, a coesão entre as pessoas, a tranquilidade, a harmonia e uma profunda auto-confiança nos valores divinos.
Bibliografia

SENTINELA, 2006: 6 Vol.127, nº 17

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Portugal: http://www.caminha2000.com/ (Link Cidadania)

domingo, 21 de agosto de 2011

Amizade: Valores e Exigências

Se  há sentimentos essenciais na vida de uma pessoa, a amizade, entre outros, constitui um bem supremo que, depois de obtida, exige total compreensão, abdicação de imposições de uma parte sobre a outra, da adaptação e aceitação, tanto das qualidades quanto dos defeitos. A amizade pressupõe exigência e rigor permanentes, sabedoria para vencer dificuldades,  intrigas e interesses obscuros.
A amizade é um sentimento sempre em progressão, em aprofundamento permanente,  numa perspectiva dinâmica, inovadora, aberta, leal e resguardada. Ela, a amizade, deve ser preservada na cumplicidade dos que se consideram verdadeiros amigos, dos que comungam um sincero “amor-de-amigo”.
“A relação de Amizade é uma grande manifestação do Amor humano. O Amor de Amigos é Amigável, puro e sem hipocrisia. A pessoa escolhe livremente gostar dessa pessoa, amar essa pessoa, a que chama AMIGO. A pessoa não está ligada à outra pelo instinto!
É uma simpatia pela pessoa. Amizade pode existir entre homem e mulher, entre homem e homem, entre mulher e mulher. Neste Amor de Amizade não há! Não existe atracção sexual (…). A verdadeira Amizade ou seja Amor de Amigos, traz muita alegria, a pessoa Ama e dá, sem esperar nada em troca. Não Ama o Amigo pelo que ele fez ou faz! Ama independentemente da ajuda, de qualquer coisa que a pessoa Amiga faça.
Nós Amamos os nossos Amigos queremos estar perto deles. Desejamos o melhor para eles. Desculpamos os erros. Temos bons pensamentos, boas palavras, bons sentimentos, bons desejos para os nossos Amigos. Desejamos tudo de bom para os nossos Amigos. Somos sinceros! Puros! Amáveis! Honestos! Leais! Verdadeiros! com os nossos Amigos. Esta é a verdadeira relação de Amizade. Gostamos dos nossos Amigos.”. (ROBERTSON, 2007, disponível em http://blogamor.blogs.sapo.pt/30407.html, consultado em 21.08.2011)
Uma amizade iniciada e desenvolvida nos valores da lealdade, da transparência, da solidariedade, da cumplicidade, da gratidão e da defesa intransigente do amigo; na exigência do rigor, da frontalidade e da boa formação humana, em quaisquer circunstâncias, muito dificilmente será destruida.
O contrário poderá levar à descrença, à infelicidade, à mágoa que se instala no coração do amigo que se sente não correspondido, onde não existe reciprocidade, onde as palavras, as promessas, os pensamentos não são acompanhados dos respectivos e consequentes actos.
Os amigos verdadeiros aceitam-se, decidem em comum, o que é bom para os dois, ambos devem ceder, perdendo e ganhando, desde que o objectivo final seja sempre a amizade sincera, leal, virtuosa, solidária e cúmplice. Devem prevalecer sempre sentimentos nobres como generosidade, carinho, humildade , solidariedade, enfim, a felicidade dos amigos.
Num mundo tão atribulado, ninguém está isento de dificuldades, de carências, da ajuda de um amigo. Nesta complexidade, a vida será tanto mais interessante quanto mais fortes forem as emoções, as causas que as determinam a vivência que se interioriza por momentos inolvidáveis. Emoções sempre repartidas pelos amigos, assumindo, sem restrições nem medos, as respectivas consequências. Emoções que eles devem enquadrar no puro “amor-de-amigo”.
Gerir as emoções é uma tarefa difícil, que requer um aperfeiçoamento contínuo da inteligência emocional, de forma a haver um controlo, mínimo que seja, porque isso se torna vantajoso para a felicidade da pessoa.
De facto, a vida poderá ser maravilhosa porque: “Nossas paixões quando bem exercidas têm sabedoria, orientam nossos pensamentos, nossos valores e nossa sobrevivência.” (GOLEMAN in RESENDE, 2000:76)
Rentabilizar, portanto, a amizade sincera, aquela que provoca alegria, mas também, por vezes, tristeza. Quaisquer que sejam tais sentimentos, eles devem ser repartidos pelos verdadeiros amigos, para que  sintam a sua relação mais forte, mais cúmplice e mais determinada. É aqui que a coesão desempenha uma função importantíssima na defesa da amizade.
Por vezes utilizam-se expressões como: “amigo-do-peito”, “amigo incondicional”, “amigo dillecto”, entre outras, porém, se com tais qualificativos se pretende transmitir, ao outro amigo, que se lhe quer muito bem, que este amigo estará sempre acima, à frente, preferencialmente a todos os  demais interesses, situações e pessoas, então os termos fazem sentido, os conceitos ajustam-se a uma amizade inequívoca, perene, pura e correspondida pelos amigos.
Em certas circunstâncias e conveniências, poder-se-á vislumbrar uma pseudo-amizade, casuística e, quantas vezes, de inconfessável oportunismo. A amizade, quaisquer que sejam as circunstâncias é um sentimento inegociável porque os amigos também se amam, aqui com o significado de: “desejar-lhe o melhor, olhar por ele, tratá-lo de forma excepcional, dar-lhe o melhor de nós mesmos. Significa a outra nossa alma gémea da amizade sincera, dos valores e exigências a ela associados, em suma, trata-se de um amar característico de verdadeiros e incondicionais amigos”. (cf. ROJAS, 1994)
Este amar não pressupõe e muito menos envolve quaisquer instintos sexuais, qualquer intenção de aproveitamento de uma situação, eventualmente, mais íntima, no sentido da cumplicidade que uma amizade verdadeira envolve. Este amar é, precisamente, uma permanente atitude de dádiva, carinho, solidariedade, entre-ajuda e incentivo para a dignificação dos sentimentos dos amigos.
Este amar não pode provocar quaisquer tristezas, mágoas e  desgostos, porque se trata de um amor sincero, puro, apenas interessado na felicidade recíproca dos amigos envolvidos. É o amar do verdadeiro “amor-de-amigo”: nobre, leal, sublime, purificador e protector das emoções irracionais e dos instintos animalescos. Deverá ser um amar para toda a vida, com ternura e prazer.

Bibliografia

RESENDE, Enio, (2000). O Livro das Competências. Desenvolvimento das Competências: A melhor Auto-Ajuda para Pessoas, Organizações e Sociedade. Rio de Janeiro: Qualitymark
ROBERTSON, Maria, (2007). Amor de Amigos. (Disponível em http://blogamor.blogs.sapo.pt/30407.html, consultado em 21.08.2011)
ROJAS, Enrique, (1994). O Homem Light. Tradução Pe. Virgílio Miranda Neves. Madrid: Ediciones Temas de Hoy, S.A.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Portugal: http://www.caminha2000.com/ (Link Cidadania)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Crianças: Os Diamantes do Mundo


É difícil imaginar o mundo sem crianças, (adolescentes e jovens), por   que é incompreensível aceitar a extinção da humanidade, aliás, uma das poucas espécies, se não mesmo a única que, globalmente considerada, ainda não estará em extinção, pese embora a redução demográfica de muitos países, a desertificação de muitas regiões e uma crescente aglomeração junto dos litorais e grandes centros urbanos e respectivas periferias.
As crianças são como o diamante puro, que precisam de ser lapidadas (educadas, formadas, sensibilizadas), mas antes disso, é necessário descobri-las, pelo único processo viável ao homem – fecundidade, reprodução, nascimento, cuidados e formação –. Os incentivos ao aumento das taxas de natalidade é, indiscutivelmente, a primeira medida que qualquer governante responsável e com uma visão de um futuro melhor, para uma humanidade envelhecida, deve tomar.
As crianças são um tesouro de valor inestimável que, devidamente utilizadas, em todas as suas capacidades, contribuirão para a riqueza das nações, justamente, através da sua educação e formação. A sociedade contemporânea, pela actuação dos seus máximos representantes: políticos, empresários, familiares, religiosos terão um papel preponderante na defesa das crianças que, como se sabe, são vítimas das maiores atrocidades físicas, psicológicas e morais.
Os países mais desenvolvidos têm, desde há várias décadas, apostado tudo na educação e formação das crianças e dos jovens (também nos adultos) e o que se verifica, sem grande esforço científico, é que nesses países o nível e qualidade de vida da população são de excelência. O investimento nas crianças é a melhor estratégia para um mundo melhor, um futuro promissor que pode beneficiar a humanidade em geral e muitos dos actuais responsáveis, aqueles que pertencem a gerações novas mas já no poder, que se tiverem uma visão estratégica para a construção de uma humanidade mais afectivista, investem numa educação com objectivos diferentes.
Uma nova filosofia para a educação implica estudo e práticas filosóficas, também estas o mais cedo possível na vida de cada pessoa. As crianças devem ser um alvo preferido, dado que nas suas precoces idades estão receptivas à curiosidade, a tudo o que é novo, são especialistas na arte dos “porquês”, então a filosofia deveria ser um domínio disciplinar do conhecimento que, transversalmente, se inter-relacionaria com todas as restantes áreas da actividade humana.
Educar crianças com autoridade significa incutir-lhes, simultaneamente, um outro valor que é o Respeito. A autoridade dos pais, exercida com tolerância e firmeza, amor e disciplina, liberdade e obediência, contribuirá para, no futuro, aquela criança saber exercer, quando adulta, este valor superior, com idênticos parâmetros, em quaisquer papéis que vier a desempenhar, sabendo sempre colocar-se na posição que lhe compete, sem usurpar os direitos dos seus semelhantes.
Uma nova filosofia para a melhoria da educação, através do enriquecimento dos paradigmas técnico-científicos, poderá ser um bom princípio a incutir nas crianças de hoje, e que no futuro serão os adultos que irão governar o mundo, em todos os sectores da intervenção humana. O enriquecimento dos actuais paradigmas passa pela introdução de valores, boas-práticas, virtudes e sentimentos verdadeiramente humanos.
Indiscutivelmente que compete aos adultos darem o exemplo, na circunstância o bom-exemplo, aquele que leva a criança a querer imitar, portanto, um modelo que possa trazer algo de melhor em relação ao que existe, porque, independentemente da subjectividade dos valores e dos gostos, sempre haverá um conjunto de procedimentos que servem o interesse do maior número possível, logo, da sociedade em geral. É pelo exemplo responsável e generoso que as crianças de hoje poderão ser os adultos que as gerações dos diversos poderes actuais não o foram.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Portugal: http://www.caminha2000.com/ (Link Cidadania)

domingo, 7 de agosto de 2011

O Desafio de Viver em Sociedade

As pessoas procuram, sempre que podem, satisfizer o maior número possível das necessidades: fisiológicas, segurança, sociais, estima ou afecto e realização. Pelo atendimento às necessidades, as pessoas procuram conforto, manifestação dos seus anseios e sentimentos, progredir na vida, prosperidade, poder, sabedoria, paz e felicidade.
O avanço da ciência, da tecnologia e da globalização que em muitos sectores profissionais e no domínio da economia já se verificam, impõe comportamentos de rigor, de produtividade, de concorrência, de flexibilidade, de mobilidade, e, mais recentemente, de “flexisegurança”. Para vencer este surto desenvolvimentista, pessoas, organizações e sistemas têm de ser competentes.
O que se pretende transmitir é a ideia de que, de ora em diante, ninguém pode viver o resto da vida rodeado pela auréola de um diploma, de um qualquer curso superior, sem se manter em permanente formação científica e técnica.
Cada pessoa será, pois, responsável: em primeiro lugar, pela busca e esforço em conhecer-se, realmente, a si própria; depois, pela elaboração das estratégias, métodos e recursos que lhe permitam elaborar o seu projecto de vida, que esclarecerá, de forma mais objectiva, qual o sentido que deseja dar à sua vida, aqui em duas vertentes: sentido material; sentido metafísico.
Viver nestes novos tempos, repletos de solicitações, de exigências, que vão para além daquelas necessidades, que entram na vida quotidiana dos indivíduos, por força de poderosos meios publicitários, constitui um desafio para cada pessoa e para a humanidade em geral.
 O sistema que faz da sociedade humana a mais avançada, pelo menos no actual estádio do conhecimento, envolve as diversas dimensões da pessoa humana: política, religiosa, social, económica, educacional, cultural, laboral, técnica, científica, comunicacional e axiológica, entre muitas outras possíveis e/ou existentes em comunidades diferentes.
A comunidade humana está, portanto, obrigada a desenvolver todo um sistema axiológico para que a comunhão de valores, princípios e normas seja o mais abrangente possível e assim poder usufruir de idênticos direitos e cumprir os inerentes deveres que cabem a cada pessoa.
Precisando melhor, pretende-se a igualdade entre as pessoas e a aplicação da justiça social, considerando, naturalmente, o mérito e o demérito de cada uma, por isso se deve evidenciar a igualdade face à lei, à responsabilidade e ao esforço de cada pessoa.
O mundo moderno, que se pretende civilizado e democrático, quaisquer que sejam os instrumentos constitucionais em que uma determinada sociedade se fundamente, tolera cada vez menos as práticas ditatoriais e, nesse sentido, implementará medidas educativas, formativas e cívicas que, gradualmente, incutam um novo conceito de cidadania.
Construir um projecto educativo à medida de determinadas vocações é um objectivo nobre que não só dignifica a instituição escolar como enriquece todos os intervenientes na iniciativa, sejam educadores-formadores, sejam educandos-formandos e qualquer outro pessoal fora do contexto escolar, mas que sinta o chamamento vocacional para uma área da intervenção educativa.
Criar e proporcionar condições sócio-profissionais e económico-culturais às famílias é um desígnio universal, que todos os responsáveis políticos pelas áreas da educação e da economia talvez pretendam procurar satisfazer. Investir na educação em ordem à construção de uma sociedade instruída, culta e cívica, corresponde a terminar com a maior parte dos conflitos mundiais, a médio prazo.
Considera-se essencial, até para consolidação da democracia, na sua pureza original, contudo, actualizada aos tempos deste novo século, aceitar, sem preconceitos, nem processos de intenção, que qualquer cidadão possa, num dato momento da sua vida e num contexto bem definido, optar por soluções de participação na vida pública, à margem das organizações político-partidárias ou integrado em listas de forças diferentes daquela em que até um determinado momento militou, quando verificar que tem melhores condições para servir a comunidade, à qual pretende apresentar o seu projecto político e, depois de sufragado, executá-lo.
Concorda-se e defende-se que a cidadania plena envolve, não só a reivindicação e fruição de direitos, mas também, o cumprimento cabal de deveres e, numa ou noutra situação, a assunção inequívoca e pronta das respectivas responsabilidades. Os Direitos Humanos são prerrogativas inalienáveis de todo o cidadão, da pessoa investida na sua completa dignidade, como tal, respeitada por toda a comunidade em geral e, particularmente, pelos detentores do poder, qualquer que este seja.
À mulher se deve, de forma substancial, tudo o que um homem poderá ser ou vir a ser. À mulher se recorre para apaziguar conflitos, para julgar com justiça, mas também com tolerância, compreensão e, porque não, com brandura. Ama-se a mulher que está, incondicionalmente ao lado do seu ente querido. Adora-se a mulher que, superiormente, junto da instância Divina, intercede pela Paz no Mundo.
No núcleo fundante da solidariedade incorporar-se-ia a amizade, a par de outras virtudes, igualmente necessárias para um relacionamento saudável, entre pessoas de um mesmo mundo, embora integradas em sociedades e pequenas comunidades diferentes nas suas culturas, religiões, sistemas políticos e valores, porém, todas iguais na sua condição de pessoas-humanas.
A Democracia Política não é um sistema perfeito, inatacável, impoluto e totalmente transparente, pelo menos em alguns contextos internacionais, onde vigora este sistema político, no entanto, apesar de todas as imperfeições, ainda assim, é o que oferece melhores condições para, pelo menos, garantir a alternância do Poder e dos representantes do povo, nos respectivos Parlamentos Nacionais.
A sensibilidade política para as questões sociais, não sendo uma qualidade genética, uma faculdade inata, que nasce com a pessoa, é, todavia, possível de se conseguir pela análise de situações, pelo sentido de responsabilidade, quando se exercem cargos, a partir dos quais se tem alguma influência na sociedade e, naturalmente, por uma aprendizagem permanente, assente em valores humanistas, como a justiça, a igualdade de oportunidades, a solidariedade e a fraternidade, entre outros.
Será necessária uma preparação bem consolidada no que respeita ao cumprimento de deveres, à assunção de responsabilidades pelos actos praticados e à interiorização de valores solidários, em relação àqueles que, sendo, naturalmente, diferentes nas vertentes étnicas, culturais, políticas, religiosas, estatutárias e biológicas, são, todavia, iguais, enquanto pessoas humanas.
O mundo técnico-científico, tal como outros universos característicos das inúmeras actividades humanas, é fundamental ao desenvolvimento sustentável e harmonioso da humanidade, porém, não é o único, nem totalmente autónomo. Cientistas, técnicos e outros interventores nos domínios práticos, terão tanto mais êxitos quanto mais se interrelacionarem com as demais disciplinas do Saber-ser, do Saber-estar e do Saber-conviver com os outros.
Numa filosofia dinâmica e moderna, de melhor e mais produtividade e rentabilidade da administração pública, seria interessante estudar a viabilidade do Estado-empresa perante o Cidadão-accionista, e que, em primeira análise, poderia revelar-se uma estratégia inovadora, com possíveis resultados positivos para a comunidade.
O poder religioso, consubstanciado na fé, assume na pessoa humana, a sua maior dimensão, pela qual, quando tudo falha na vida material, o crente consegue ultrapassar e vencer situações que nem a ciência, nem a técnica, nem a fortuna material conseguiram dominar. É este poder de auto-convicção, de auto-estima e de auto-confiança que leva aos maiores sucessos pessoais, independentemente da religião que se professa.
A pessoa de fé manifesta uma conduta perfeitamente assumida, declarada, exibida perante os demais seus iguais e será este seu comportamento que lhe garante um Poder legítimo, transcendente e que ninguém lho pode usurpar. A sua conduta ética no exercício da sua fé ilimitada, garantem-lhe um poder que, sem violência, sem armas, sem fundamentalismos, se impõe e, de certa forma, subjuga todos aqueles que, no limite e na dúvida, preferem manter-se, aparentemente, indiferentes, não hostilizando os detentores deste poder ético da fé.
O imperativo categórico, o verdadeiro desígnio universal, fundam-se, portanto, numa conduta ética, para com os homens, para com o mundo, para com Deus. O Poder Ético da Fé, mas também de quaisquer actividades humanas, poderá ser a chave para a elaboração de soluções de problemas que atormentam e envergonham a humanidade.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Portugal: http://www.caminha2000.com/ (Link Cidadania)

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