domingo, 26 de fevereiro de 2012

Pedagogia para um Futuro de Paz

É provável que uma parte significativa dos conflitos que chegam aos tribunais, ou aos campos de guerra, possam ser solucionados através de acordos, consensos e cedências recíprocas, desde que as pessoas estejam preparadas e disponíveis para o exercício de uma nova pedagogia (não-cognitiva) e de uma nova justiça, (não punitiva) justamente através de um relacionamento leal, responsavelmente crítico e generosamente tolerante.
Reconhecendo-se a auto-insuficiência para solucionar as situações conflituosas, ou para contribuir para um mundo mais pacífico, tal circunstância não invalida, pelo contrário, estimula para o dever de dar um singelo contributo para a minimização de tão grave problema e, nesse sentido, se aponta e defende uma estratégia assente na educação-formação das pessoas, do berço ao túmulo, isto é, ao longo de toda a vida.
Democratizar a política para uma cidadania universal, é uma tarefa que responsabiliza os cidadãos em geral e os políticos em particular. Aceite, institucionalizada e implementada a cidadania universal, entre todas as nações, congregadas na ONU – Organização das Nações Unidas, acredita-se que no decorrer do presente século, seja possível atenuar muitos conflitos, eliminar outros e pacificar um pouco mais o mundo.
Educar e formar os cidadãos, qualquer que seja a idade e estatuto, para desenvolverem hábitos de relações humanas sadias, sinceras, leais, cúmplices e recíprocas, é uma tarefa que se impõe lançar nas famílias, nas escolas, nas Igrejas, nas demais instituições, nas associações e empresas, em todas as comunidades e na sociedade global em geral, porque qualquer processo que vise reconciliar pessoas, instituições e nações, só poderá concluir-se com êxito se os intervenientes souberem relacionar-se de igual para igual.
Quaisquer que sejam as técnicas, para a comunicação e relacionamento interpessoais, elas serão ineficazes se as relações humanas, antes de todas as outras: profissionais, comerciais, políticas, religiosas, entre outras, não assentarem em princípios de transparência, de verdade e de respeito pelo outro.
Impossibilitado de vencer o drama pelos recursos materiais que dispõe, o homem crente volta-se, esperançadamente, para os valores religiosos, nos quais busca a explicação para as situações que desconhece e o atormentam e também para encontrar as soluções para os conflitos que ele próprio cria, alimenta, mas nem sempre sabe e/ou quer resolver.
O grande conflito, porém, continua entre a vida e a morte, porque nascer, viver e morrer é o percurso natural de todo o ser humano, tal como os outros seres que habitam o mundo conhecido. O homem crente acredita em certos valores religiosos, muitos creem, esperançadamente, numa nova vida, renascendo depois da morte física.
 A educação religiosa é, por tudo isto, uma das dimensões a não ignorar, eventualmente, nem sequer a mais determinante, na construção de pessoas que se pretendam íntegras, que possuam a liberdade de se autodeterminar, com responsabilidade e generosidade, para com os seus semelhantes.
A preocupação, por uma educação e formação integrais, deve ser uma constante em todos aqueles que, de alguma forma e a um qualquer nível social, têm responsabilidades em preparar um futuro de equidade, de conforto, de paz, amor e felicidade.
O mundo, cada vez mais profanizado, precisa de Deus; os homens não podem viver e não conseguem resolver todos os problemas à margem da Bondade e Sabedoria Divinas, contudo, sem radicalismos, sem fanatismos; a humanidade será reduzida à sua mais brutal animalidade se continuar a rejeitar Deus.
O caminho seguro, que poderá conduzir à pacificação do mundo, tem de passar por Deus e muitos seres humanos sabem que não há outra alternativa. Excluir Deus do processo de pacificação é prosseguir o caminho para a destruição total da humanidade. Nunca como hoje se sente esta necessidade de se recorrer aos valores supremos.
O caminho para a pacificação da humanidade deve ser percorrido com competência, seja nas relações interpessoais, profissionais, sociais, religiosas, na celebração dos acordos a que se chegar, na implementação das medidas consensualizadas e na avaliação dos resultados dos projectos de pacificação.
Os intervenientes devem estar de espírito aberto, accionar os mecanismos de empatia sincera, serem competentes na realização das tarefas, por mais simples e, aparentemente, menos importantes, que possam parecer, manifestarem-se verdadeira e moderadamente optimistas. Os valores imprescritíveis da Lealdade, da Verdade, da Confiabilidade, da Abertura, da Reciprocidade que conduzem a uma Amizade pura e inegociável, devem, de ora em diante, ser os caminhos da concórdia e felicidade humanas.
Uma pedagogia mista – cognitiva, otimista, não-cognitiva -, assente na Fé, onde a teoria, a prática e a esperança sejam os principais eixos, que contribuam para uma formação sólida dos alunos, dos formandos, entendidos nos dois sentidos: ora aprendendo; ora ensinado; auxiliará na busca de soluções para uma humanidade menos conflituosa.
 Se cada indivíduo construir, coerentemente, o seu próprio circulo, ou a sua auréola de bem-estar, de valores, princípios e boas-práticas, certamente que os círculos que com ele se interpenetram vão beneficiar destas características.
A sabedoria e a prudência, alicerçadas na Fé em Deus são, seguramente, a chave para muitos conflitos, os quais podem ser resolvidos com aquelas virtudes – sabedoria e prudência –, mantendo a Fé inabalável em Deus e na Sua misericórdia, generosidade e compreensão.

Lenira Bártolo
Portugal: www.caminha2000.com (Link Cidadania)

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Comunidade Social

Os factos sociais constituem uma realidade que vem sendo estudada cientificamente, desde um passado tão longínquo quanto a ciência e a técnica o têm permitido, porque da história do homem se destacam acontecimentos sociais que integram uma dimensão humana, única na sua organização e desenvolvimento, que é a sociabilidade.
Conhecem-se várias organizações sociais entre as diversas espécies animais, porém, nenhuma com as características da sociedade humana. Ao longo dos séculos a humanidade tem procurado construir teorias, paradigmas, implementar práticas sociais, socializar os seus membros, visando uniformizar comportamentos, adequar posições, melhorar condutas, a partir de regras jurídicas, religiosas, sociais, associativas, policiais e tantas outras que constituem o corpo jurídico-social de um povo.
Sendo o homem um ser social, ele não consegue viver à margem da sociedade, em condições de poder desfrutar de uma vida compatível com a sua dignidade de pessoa humana e, quando em situações de marginalidade e/ou exclusão social, a sua existência assume proporções e características inumanas, em certos aspectos, sem a mínima qualidade de vida, com um nível inferior a muitos animais selvagens, até que um acontecimento mais violento o elimine desse mundo de exclusão, por via da sua morte, é preciso conceder-lhe uma nova oportunidade, que o retire daquelas situações e o integre, novamente, na sociedade organizada a que inicialmente ele pertencia.
Qualquer que seja a atividade do indivíduo, ela sempre vai contribuir, com maior ou menor incidência e impacto, na vida social do próprio e da coletividade da qual é parte integrante, eventualmente, e desde já, na família.
Importará reflectir na perspectiva social, esta entendida como a participação de cada um no todo sociável, a partir das próprias especificidades, capacidades, habilidades e empenhamento do indivíduo e sua inserção no grupo de que faz parte, e deste com outros grupos até se estender à sociedade humana, universalmente considerada, nela se incluindo etnias, credos, religiões, ideologias, culturas, valores e filosofias de vida.
A espécie humana é só uma. O mundo em que habita não foi dado em exclusivo a esta ou àquela etnia, logo, existe o dever de solidariedade social daqueles que se fixaram em áreas territoriais mais ricas, para com os que não tiveram a mesma sorte.
Valorizar a atividade social que visa proporcionar melhores condições de vida às populações mais desfavorecidas, mais fragilizadas e mais carenciadas, será um objetivo nobre e da maior relevância de todo o indivíduo, isoladamente considerado e, principalmente, dos grupos com poderes e meios para direcionarem suas intervenções em favor dos mais vulneráveis.
Com tal intencionalidade, devem, desde já, os poderes públicos e privados, legitimamente constituídos e reconhecidos, desenvolver os programas adequados, acionar os recursos suficientes, para que a dimensão social da pessoa humana possa entrar em ação, produzindo, de imediato, as situações mínimas e dignas de uma verdadeira solidariedade e bem-estar sociais.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Portugal: http://www.caminha2000.com/ (Link Cidadania)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Justiça Distributiva

A divisão do mundo em binómios, trinómios ou quaisquer outros critérios qualificativos, é uma realidade que deve estar presente em diferentes discussões sobre a justiça distributiva da riqueza. Na divisão dos recursos naturais, e daqueles que são gerados pela comunidade, deve haver uma maior equidade, de tal forma que o contributo de cada cidadão, através do seu trabalho, do pagamento dos diversos, múltiplos e pesados impostos, beneficie a todos,  especialmente, de acordo com as respectivas necessidades.
Algo vai muito mal na sociedade humana se e enquanto existirem situações injustas, humilhantes e inaceitáveis. Nestas circunstâncias, os conflitos locais, regionais, nacionais e internacionais manter-se-ão, sem que os responsáveis respondam pelas situações resultantes: miséria, fome, doença, destruição e morte que, ao longo da história, atingem autênticos genocídios.
Parte substancial das riquezas nacionais são, legal e tradicionalmente, geridas pelos Estados, leia-se, Governos, por intermédio dos organismos competentes e especializados nas diversas políticas, sendo certo que nem sempre o Estado/Governo é o melhor exemplo para os cidadãos, porquanto, em muitas situações, utiliza critérios diferentes, precisamente quando deve retribuir e quando exige que os cidadãos lhe paguem, ou seja: o Estado recebedor, impõe condições, quantas vezes, verdadeiramente, desumanas, de autêntica prepotência sobre os contribuintes; o Estado pagador que cumpre (quando cumpre) tarde e mal.
Todo o aparelho fiscalizador, repressivo, jurídico e inibidor da liberdade dos cidadãos está na posse e controle do Estado. Reivindicar direitos legais e justos, em tempo útil, ao Estado, resulta, quase sempre, em aborrecimentos, desgastes físico e psicológico, despesas, perda de tempo e, eventualmente, negação de direitos adquiridos ou previstos na Lei Fundamental e legislação avulsa, específica para cada tipo de ocorrência. Assiste-se, muitas vezes, a um Estado com critérios opostos, perante situações idênticas, eventualmente, dois pesos e duas medidas.
A protecção aos mais “fortes” constitui um factor que dificulta a harmonia entre ricos e pobres, entre privilegiados e marginalizados, entre esclarecidos e desinformados. A constituição de elites a partir do trabalho próprio, produtivo, legal, competente, assíduo e actualizado, indiscutivelmente que deve merecer o aplauso da sociedade, tanto mais acentuado, quanto mais e melhor tais elites cumprem com todas as suas obrigações cívicas, sociais, contributivas e remuneratórias em relação àqueles que para elas trabalham.
A criação e manutenção de elites, com base na alegada representatividade divina, por descendência e sucessão política, ou sustentadas na tradição mais arcaica, certamente que dificulta todo e qualquer processo de redução das desigualdades sociais.
Algumas destas elites, algumas das quais nem sempre produzem para a comunidade, pelo contrário, ainda são alimentadas, com sumptuosidade e até uma notória e ofensiva exuberância, pelos contributos fiscais dos cidadãos, seguramente que devem ser recontextualizadas, sensibilizadas a participarem no processo produtivo nacional, bem como na redistribuição das riquezas naturais e/ou construídas, no seio da comunidade e com o apoio desta.
O conceito de justiça distributiva da riqueza, bens e serviços, agora em pleno século XXI, não pode fundamentar-se na tradição, uso e costume, quando são contrários e/ou não favorecem a esmagadora maioria das populações carentes, que nem sequer têm capacidade para se defenderem perante um Estado, ou entidade institucional, injusto e friamente racional, quando assumem um de dois papéis: beneficiário-contribuinte; recebedor-pagador; juiz-arguido.
A justiça distributiva da riqueza que é produzida por todos, deve ser partilhada por todos os que nela participam, atendendo sempre, aos que mais precisam, aliás, trata-se, até, de implementar um valor supremo que é a solidariedade: “Os que Podem, Ajudem os que Precisam” (vide meu artigo, disponível em http://diamantinobartolo.blogspot.com/ de 29.01.2012)
A injustiça mais flagrante e que tem de se contestar é a que resulta da situação do trabalhador por conta de outrem, onde se incluem todos os trabalhadores do Estado, e a do empresário, que trabalha para o mesmo Estado, porque são contribuintes líquidos, que de acordo com as suas disponibilidades, tentam cumprir com as respectivas obrigações.
Onde estão a justiça fiscal, social e a distribuição justa da riqueza e tratamento adequado à situação de cada cidadão? Onde está a garantia da real e efectiva manutenção de direitos adquiridos, muitos dos quais obtidos por via de descontos legais mensais? Onde está um dos grandes valores e pilares do Direito, num Estado Democrático que é a superior e inalienável “Segurança do Direito”?

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Portugal: www.caminha2000.com (Link Cidadania)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Gratidão para com os meus Leitores e Comentadores


Comemoro hoje o primeiro aniversário da minha participação, ininterrupta, neste meu blog, com trabalhos de reflexão pessoal sobre variadíssimos temas que considero actuais. Trata-se, na minha modesta opinião, de um humilde contributo, visando expor o meu pensamento sobre: assuntos que me preocupam; outros, que me dão muito prazer; outros, ainda, para divulgar a inteligência e intervenção de grandes mestres universais, com os quais muito teremos de aprender, ao longo das nossas vidas.
Neste blog, são cinquenta e duas semanas, a que correspondem outros tantos artigos, pensados, escritos e divulgados através deste fortíssimo meio de comunicação universal e que, como escreve uma amiga minha: “Vivemos na era em que para nos inserir no mundo profissional devemos portar de boa formação e informação. Nada melhor para obtê-las do que sendo leitor assíduo, quem pratica a leitura está fazendo o mesmo com a consciência, o raciocínio e a visão crítica. Espero que gostem do meu blog e deixem sugestões, comentários ou troca de ideias.” (Disponível em http://oquemevainacabecaagora.blogspot.com/, consultado em 10.02.2012)
Penso, com toda a sinceridade, que haverá sempre muito a ganhar com estes contributos, por isso, é meu dever, manifestar a minha profunda gratidão a todos os leitores que, paciente e tolerantemente, me têm lido, através dos diversos sítios eletrónicos que venho usando, porque me deram a oportunidade de, universalmente, ser analisado o meu pensamento.
Algumas palavras, muito especiais, quero deixar aqui e agora inscritas: a minha imensa gratidão, também, para todas as pessoas que, generosamente, elaboraram comentários aos meus artigos. Para mim foram estímulos, aprendizagens e, acima de tudo, uma oportunidade de ver a vida, os problemas e as possíveis soluções de maneira diferente. Obrigado.
Um reconhecimento muito sincero, com os meus verdadeiros agradecimentos, também, para com aquelas entidades que me permitiram publicar os meus artigos, incluindo sites e blogs de pessoas que considero amigas e tenho na mais alta estima e consideração. A divulgação dos nossos pensamentos, é reforçada e vai aos quatro cantos do mundo, em virtude das novas tecnologias. Graças aos detentores de meios privilegiados, tem sido possível divulgar as minhas reflexões. Obrigado.
Desde que comecei a publicar, nos sítios digitais que se me têm proporcionado, em Portugal e no Brasil, quase três centenas de assuntos foram expostos, pública e mundialmente, através deste poderoso meio que é a internet. A vontade de colaborar para um mundo melhor, pela implementação dos valores mais naturais e legítimos, como a vida, a saúde, a amizade, a lealdade, a solidariedade, a confidencialidade, a confiabilidade, a reciprocidade, entre amigos que se querem carinhosamente bem, o trabalho, a liberdade, a paz, enfim, a felicidade, estiveram sempre presentes.
Em nenhuma circunstância, como de resto já foi referido em outros momentos, neste mesmo espaço, esteve na mente do autor qualquer intenção de magoar, ofender ou prejudicar quem quer que seja. Sempre se respeitaram as opiniões, as posições, os princípios, os valores, as convicções e atitudes das pessoas, mesmo, quando elas não concordavam com o pensamento exposto.
O trabalho desenvolvido ao longo de quatro anos, porque aqui incluo, também, o espaço que venho ocupando, no www.caminha2000.com, com o título “Cidadania” é extremamente gratificante do ponto de vista ético-moral, espiritual, realização literária e de aprendizagem permanente. Materialmente, é bem sabido que não foram auferidos quaisquer benefícios, nem esse objectivo alguma vez se colocou.
É oportuno tecer, neste contexto, um justo comentário de agradecimento muito especial, a todas as pessoas que, na qualidade de minhas formandas, consultaram, semanalmente, os diversos sítios onde publico as minhas ideias, lendo os respectivos artigos, e, posteriormente, nas sessões de formação me colocarem as suas dúvidas, suscitarem o debate aberto, democrático e muito produtivo para todos.
A somar a esta informação, que fui colhendo ao longo dos anos, outras me chegaram, de diversos quadrantes políticos, religiosos, sociais, estatutários, provenientes das mais diferentes origens económicas e etárias. O enriquecimento cultural, a todos os títulos, que resultou para o autor é, por si só, impagável e estimulante para prosseguir com este projeto, pelo menos enquanto tiver condições para continuar a divulgar as minhas reflexões.
Este projecto, que classifico de “Cidadania Participativa, insere-se, portanto, num desígnio cívico, iniciado há vários anos, que por sua vez tem possibilitado o aparecimento de várias oportunidades para, ao longo do tempo, ser igualmente divulgado e distribuído em suporte de papel, através de artigos e livros.
Sem falsa modéstia, afigura-se que o balanço do trabalho já realizado é, francamente, positivo, justamente porque, tratando-se, embora, de um humilde contributo para a cidadania participativa, tem concorrido para que muitas pessoas, inseridas em processos de educação/formação tenham acesso a ideias, eventualmente, diferentes das suas, perspectivas pessoais de olhar a vida, a sociedade e o mundo.
O balanço é positivo, também pelos comentários que são feitos diretamente ao autor, naturalmente que: uns, concordando; outros, discordando; outros, ainda, sugerindo diferentes alternativas. Com todos eles, muito se aprende, se enriquece e se desenvolve o pensamento, evitando-se, desta forma, o dogmatismo que estigmatiza quem o utiliza e defende, sem possibilidade de abertura aos outros.
A adaptabilidade e a flexibilidade às novas formas de posicionamento na sociedade, aos sentimentos, valores, princípios e condutas dos que connosco convivem, no dia-a-dia, às Instituições com as quais trabalhamos e/ou das quais nos servimos, para a resolução dos nossos problemas, cada vez mais complexos, são, actualmente, qualidades e capacidades que se podem e devem desenvolver, justamente, através de muita leitura, da troca de opiniões, da aceitação democrática do pluralismo das ideias, enfim, do exercício das boas-práticas cívicas.
É, incontestavelmente, desaconselhável que pessoas, grupos, comunidades, e instituições se fechem em si próprias. Ninguém é totalmente autónomo, por muita riqueza material que possua, por imensos conhecimentos que tenha, pela eventual influência que consiga mover a quaisquer níveis.
Hoje, a PARTILHA é a palavra de ordem: os valores da Solidariedade, da Lealdade, da Reciprocidade, da Confidencialidade, da Confiabilidade, entre as pessoas que se querem bem; do Respeito, da Dignidade e da Espiritualidade, entre outros; os sentimentos da Amizade Sincera, no contexto de um verdadeiro “Amor-de-Amigo”, do Carinho, da Estima, da Consideração, da Esperança e da Salvação; o posicionamento que resulta dos Saber-ser, Saber-estar, Saber-fazer e do Saber-conviver-com-os-outros, são fundamentais para que o ser humano tenha uma existência compatível com a sua superior dignidade, enquanto ser concebido à imagem e semelhança do seu CRIADOR, para quem acredita num Ente Supremo e Absoluto, DEUS.
Partilhar, com justiça, com amor, com alegria, com esperança, com a carência da reciprocidade, pode conduzir-nos à Paz e à Felicidade. Neste sentido, pretendo conduzir este projecto, isto é, que a partir dele, possamos viver com Saúde, Amizade, Educação, Trabalho, Paz e Felicidade, sempre na Graça de DEUS, extensivamente a toda a nossa família e amigos sinceros, do peito.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Portugal: www.caminha2000.com (Link Cidadania)

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Receituário Filosófico

O progresso, no seu conceito mais optimista, correspondendo ao desenvolvimento positivo, sustentado, tendente para um melhor nível e qualidade de vida dos cidadãos, não tem correspondido às justas expectativas da esmagadora maioria da população mundial, pois é sabido que a vala que separa ricos e pobres é cada vez mais larga e funda, na medida em que, muitos dos ricos aumentam desmesurada e inexplicavelmente as suas fortunas, enquanto a maioria dos pobres se aproxima, rápida e perigosamente, do limiar da miséria, das diversas formas de exclusão, de situações gritantemente desumanas, sem que se vislumbrem soluções que invertam esta tendência catastrófica.
A vida é cada vez mais agitada e incerta para a maioria das pessoas, para poderem sobreviver com alguma dignidade e conforto material, tentando garantir, àqueles que delas dependem, um mínimo de condições biosociais, relativamente à melhor preservação da vida física e disporem de uma situação de relativa tranquilidade, no acesso aos bens de primeira necessidade, como: a saúde, a alimentação, a educação, o trabalho, a habitação a cultura.
O aparente complexo de superioridade, mesclado com alguma arrogância tecnocrática, que ainda se detectam em alguns profissionais, revela, afinal, que lhes faltam a preparação e formação de base, indispensáveis à pessoa verdadeiramente humana e que, muito embora com mérito, profissionalismo e actualização, resolvam muitos problemas, ao nível do indivíduo e da sociedade, continuam a mostrar-se incompetentes para as questões do foro íntimo das consciências, dos males que perturbam os espíritos e que conduzem a problemas psico-sociais, para os quais as terapias disponíveis, ao nível das ciências exactas, não têm sido suficientes.
Importa, por isso, que se avance para a interdisciplinaridade entre as ciências exactas e outros ramos do conhecimento empírico e da reflexão estruturada, sistematizada e permanente.
Importa valorizar o conhecimento, que pela conjugação reflexiva e do raciocínio se vai construindo no espírito de cada pessoa e, posteriormente, desfrutado, discutido e validado, nos aspectos que se compatibilizam com as ciências, as técnicas e tecnologias descobertas, postas à disposição e ao serviço da humanidade, no sentido do bem-comum.
Recolocar a Filosofia no lugar que, desde há mais de 2500 anos, lhe é devido, é uma medida que deve ser tomada, de imediato, por todos quantos têm responsabilidade na educação, formação e bem-estar das pessoas, desde já o bem-estar emocional, psicológico, intelectual e social.
O estudo e reflexão sobre as questões levantadas, pertinentemente, pela Filosofia, por vezes, incomodam, principalmente aqueles que nos últimos séculos a têm desvalorizado, menosprezado e tentado eliminá-la, contudo, dois milénios e meio de vida, de intervenção, de intromissão responsável noutros domínios, garantem a sua credibilidade, pelo menos no que respeita à discussão dos problemas que afectam o homem, individualmente considerado e toda a sociedade em geral, independentemente das culturas, das civilizações, das religiões. A Filosofia é transversal à humanidade e, talvez, também por isso mesmo, suscite polémicas, ódios, eventualmente, a sua própria negação.
Seguramente que a Filosofia não é nada disto e os filósofos não querem, nunca o manifestaram e pensa-se que jamais o evidenciarão, que se enclausure, numa redoma dogmática, que conduziria à morte intelectual do homem, porque: Filosofia é vida, é contestação, é democracia; liberdade, igualdade e fraternidade. Filosofia enquanto pensamento livre, alternativa, crítica, dúvida metódica.
Filosofia na origem do pensamento visionário, utópico, mas também realidade, pragmatismo e construção ideológica de sistemas, valores e princípios. Filosofia do comportamento ético-moral, da fixação de regras deontológicas. Enfim, Filosofia como companheira da ciência, da técnica, da tecnologia, da religião e da arte. Filosofia como marca indelével da pessoa humana.
Uma vida equilibrada não dispensa a reflexão, como pressupõe o exercício e a participação na actividade política democrática, no seio do povo, com o povo e para o povo. Praticamente, todos os problemas que afectam a existência humana, colectivamente considerada e/ou individualmente analisada, encontram a solução nas decisões políticas, maduramente ponderadas, reflectidas e avaliadas.
Os recursos, os meios, as metodologias encontram-se numa profunda, justa e adequada reflexão sobre cada situação. Filosofia e Democracia devem, pois, continuar a trabalhar em conjunto, visando objectivos racionais, exequíveis de serem atingidos e potencializadores para uma vida-boa.
O ponto de partida para uma vida-boa poderá estabelecer-se numa filosofia geral de vida, através das diversas especializações filosóficas e domínios das ciências sociais – axiologia, ética, estética, filosofias da: educação, saúde, trabalho; religião, antropologia, psicologia, sociologia, direito, história, economia, entre outras áreas disciplinares que tocam aspectos sociais.
Importa neste receituário filosófico para uma vida-boa, considerar as reflexões que conduzam à idealização e implementação de projectos verdadeiramente humanistas, porque os beneficiários directos são os indivíduos humanos, mas também, outros seres que coabitam com a pessoa humana.
A Filosofia poderá constituir, nos tempos modernos, conturbados, violentos e impregnados de injustiças e de ódios, uma forte alternativa para a resolução de conflitos pessoais, comunitários e internacionais.
A Filosofia não tem pretensões a um estatuto científico e, possivelmente, nem haverá benefícios com a introdução de novos conceitos ou objectivos e, reciprocamente, a seu respeito, além de que, nem tudo o que é, alegadamente, científico e técnico, constitui o melhor processo para resolver determinadas situações.
O mundo humano vive um período conturbado, onde a força das armas, dos interesses materiais e das grandes concentrações, quaisquer que elas sejam, perturbam toda uma humanidade que já não tem força para fazer prevalecer o diálogo racional, moderado, apaziguador, embora se continue a acreditar numa oportunidade que possibilite alterar o rumo que muitos dirigentes mundiais, suportados num poderio bélico, económico, estratégico, político ou religioso, têm vindo a imprimir a partir das suas próprias comunidades.
Tudo funciona à volta de interesses, dos mais nobres e altruístas aos mais inconfessáveis desígnios. Poucos dão importância ao diálogo, às soluções pacíficas, ao pensamento dos filósofos e às propostas que apresentam para ajudar a solucionar os mais complexos problemas, muitos outros rejeitam a sabedoria dos mais velhos, a prudência dos mais experientes, alegadamente, porque estarão desactualizados, porque são idosos e o seu tempo passou.


Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Portugal: http://www.caminha2000.com/ (Link Cidadania)