domingo, 28 de abril de 2013

Educação/Formação: Estratégia para o Sucesso


A vida moderna, nos seus diferentes contextos, exige cada vez mais um empenhamento das pessoas, para que todas as atividades desempenhadas sejam da melhor qualidade, e se realizem no tempo com a duração mínima, principalmente quando estão em causa situações de produtividade, competitividade, qualidade, preço e prazos.
Acompanhar este ritmo, no exercício das inúmeras tarefas que levam àqueles requisitos é muito importante, designadamente, para se conseguir atingir objetivos previamente definidos: quer materiais; quer de realização pessoal.
A disponibilidade de cada pessoa para se manter atualizada em todos os domínios da sua vida, em sociedade é, portanto, um desígnio para o  qual deve estar preparada e lutar para alcançar objetivos pessoais, profissionais e organizacionais.  O sucesso é sempre uma situação que poderá estar ao alcance de cada pessoa e não tem de ser, necessariamente, material. O êxito é algo que realiza o ser humano, que lhe dá uma dimensão superior, que o distingue e o estimula para novas iniciativas, eventualmente, cada vez mais complexas, mas também mais vantajosas.
Na caminhada para o sucesso, seja em que domínio for, existem, normalmente, algumas variáveis que se deve ter em conta, atendendo a que umas podem ser mais facilmente controladas do que outras, considerando-se, desde logo, a determinação em avançar com o projeto no qual se acredita.
Certamente que o trabalho, o estudo, o conhecimento e a experiência são vertentes essenciais, às quais se pode adicionar a sorte, os apoios externos, as normas jurídicas, a educação e formação permanentes, de quem deseja estar na sociedade a desempenhar funções de reconhecido interesse para a pessoa envolvida e para a comunidade que serve.
Está sobejamente provado que já não existem empregos para toda a vida; que as habilitações literárias definitivas são uma utopia e que o conhecimento humano cada vez fica mais obsoleto, precisamente porque a ciência e a tecnologia evoluem a um ritmo vertiginoso, de tal forma que o que ontem era verdade, hoje poderá não o ser. Para combater esta situação, uma das soluções possíveis passa pela aprendizagem ao longo da vida.
É importante interiorizar que a necessidade de atualização permanente, nos mais variados domínios das atividades humanas é fundamental. O veículo que conduz a desempenhos eficazes e cada vez mais compensador assenta nos recursos adequados ao projeto que se deseja concretizar. Com esta preocupação, aceite-se, desde já que: «A formação é o processo, seja ele formal ou informal, planeado ou não, através do qual as pessoas aprendem novos conhecimentos, capacidades, atitudes e comportamentos relevantes para a realização do seu trabalho.» (CUNHA, et. al., 2010:382).
O investimento na formação das pessoas: seja nos contextos pessoal, cívico ou profissional, constitui uma estratégia em que organizações públicas e privadas, grupos profissionais ou pessoas individualmente consideradas, devem apostar e investir grande parte do tempo e dos recursos financeiros. Formar ao nível do Saber-ser, Saber-estar, Saber-fazer, Saber-aprender e Saber-conviver-com-os-outros, podem ser as grandes linhas de preparação e orientação para um futuro cada vez mais competitivo e instável.
Com efeito, num mundo extremamente exigente e complexo, quanto competitivo poder-se-á afirmar que a aprendizagem ao longo da vida permitirá, ainda que parcialmente, uma preparação para enfrentar a escassez de trabalho e, correlativamente, combater o desemprego.
Nesta perspetiva, um outro conceito de formação se coloca numa vertente extraordinariamente importante, porque: «A formação permite aprender a saber, a fazer e a ser. No extremo das suas possibilidades, permite também aprender-a-prender – e esse é porventura o seu mais elevado desígnio, na medida em que assegura a prossecução dos restantes domínios da aprendizagem. Nas organizações onde o lema é “todos devem aprender-a-prender, sempre”, as possibilidades competitivas são seguramente maiores -, não apenas para lidar com as contingências competitivas atuais, mas também para aproveitar oportunidades e enfrentar desafios futuros.» (Ibid.:384).
Entretanto, e por si só, de facto, a formação não resolve todos os problemas, porquanto ela visa preparar a pessoa para objetivos relacionados com o trabalho, no prosseguimento de uma carreira que exige preparação técnico-funcional, sempre atualizada mas, por outro lado, a educação pretende transmitir conhecimentos de natureza geral, desenvolver capacidades que facilitam a integração no meio ambiente, à autonomia e avanço da sociedade de uma forma geral. (cf. GLASER, 1962, in CUNHA, et al., 2010:385). Numa abordagem mais objetiva: «A educação visa o indivíduo em si, sem ligação a um contexto específico ou particular.» (BUCKLEY & CAPLE, 2003, in Ibid.).
Se se analisar a pessoa humana nas suas múltiplas dimensões e exercício de diversos papeis, no contexto da sociedade em que está inserida, pode-se defender que não existe nenhuma dicotomia entre educação e formação, bem pelo contrário, a convergência é uma realidade.
Na verdade, o que ocorre é uma saudável e até indispensável complementaridade, porque em bom rigor: «Uma sociedade do conhecimento não pode existir sem cidadãos com elevado nível de educação e sem uma força de trabalho bem treinada e qualificada. A educação e a formação são, deste modo, pilares cruciais para alcançar os ambiciosos objetivos económicos e sociais que a Europa estabeleceu para si própria para o ano 2010.» (http://europa.eu.int/ acesso em 24 de Novembro de 2009, in Ibid. 386).
 O sucesso individual das organizações, das sociedades e da humanidade em geral é indissociável da educação e da formação que, ao longo da vida, as pessoas vão adquirindo. O investimento nestes dois pilares da preparação da pessoa verdadeiramente humana e tecnicamente profissional, deve ser considerado em todas as circunstâncias, independentemente das crises que ao longo da história vão afetando pessoas, povos e nações.
Cabe às instâncias da governação política e às administrações empresariais, dotar os seus orçamentos com os recursos técnicos, financeiros e humanos para que a educação e a formação estejam sempre na primeira linha das preocupações e dos investimentos para o desenvolvimento e progresso dos seus concidadãos e colaboradores, respetivamente.
Uma sociedade poderá ser tanto mais justa e feliz quanto melhor for a preparação dos seus cidadãos. A participação cívica e profissional das pessoas é essencial para o desenvolvimento harmonioso e sustentável da humanidade. A educação e a formação colocam a pessoa humana na verdadeira dimensão da sua superior dignidade, e faz interiorizar a noção de responsabilidade na vida ativa em que ela se insere.
A pessoa humana não pode ser tratada como um mero objeto ou máquina de produção de “coisas” e por isso: «A qualificação é, hoje, o factor-chave dos processos de modernização, constituindo a base indispensável para os processos sustentados de inovação, assentes no conhecimento. (…) Prosseguir na qualificação de jovens e adultos ao nível do secundário, valorizando a dupla certificação escolar e profissional; lançar um novo ciclo das Novas Oportunidades e alargar o acesso ao ensino superior são prioridades essenciais a prosseguir.» (http://www.portugal.gov.pt/pt/gc18/documentos/programa_Gc18.pdf, acesso em 22 de Novembro de 2009, in Ibid.:388).
O projeto da educação e formação jamais estará concluído, porque as exigências da sociedade complexa, de um mercado extremamente competitivo e de um mundo que ainda se procura descobrir, incentivam à melhoria contínua da preparação da pessoa para enfrentar e resolver problemas que, diariamente, se colocam, e para cuja solução são necessários conhecimentos, experiências, prudência e sabedoria, o que se adquire, efetivamente, ao longo da vida, numa aprendizagem permanente, sempre em atualização e posta ao serviço da comunidade global.
Para além das instâncias públicas e privadas, também cada pessoa de “per si”, tem a obrigação de cuidar da sua educação e formação, de resto: «Na realidade, conforme ambicionado pela Comissão Europeia, a ALV (Aprendizagem ao Longo da Vida) deverá ser o motor principal não apenas da competitividade e empregabilidade na Europa, mas também da inclusão social, de uma cidadania activa e do desenvolvimento pessoal.» (CUNHA, 2010:387).

Bibliografia.

CUNHA, Miguel Pina e, et. al., (2010). Manual de Gestão de Pessoas e do Capital Humano. 2ª Edição. Lisboa: Edições Sílabo, Ldª.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
 
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domingo, 21 de abril de 2013

Conflitos e sua Caraterização


A dificuldade sentida pelas pessoas para interpretarem corretamente palavras, frases, gestos, atitudes e comportamentos estará, seguramente, na origem de muitos conflitos. Como primeira preocupação, para compreendermos os outros, é necessário conhecer-se a si próprio porque: «só então se pode compreender porque razão determinados outros tipos de personalidade nos são difíceis. Neste sentido é essencial sabermos submetermo-nos à nossa própria avaliação para determinação da nossa personalidade e assim estaremos em condições de compreender a um nível mais profundo as nossas preferências e desagrados nas outras pessoas. Colocarmo-nos no papel do outro, com as suas perspetivas e fundamentos, pode ajudar a melhor resolver conflitos e a lidar com pessoas difíceis.» (BELL, & SMITH, 1991:16-21).
É interessante ter-se presente que: «cada um de nós está predisposto para determinadas tendências de personalidade», sendo certo que: «alguns indivíduos são por natureza mais extrovertidos, alguns mais introvertidos; uns despendem a energia trabalhando com pormenores, outros tentam compreender o quadro inteiro; por outro lado, há os que são predominantemente lógicos e os que revelam emoção e outros, ainda, preferem reunir dados e finalmente há os que preferem tirar conclusões. Assim é fundamental compreender como um indivíduo determinado a tomar decisões pode ficar frustrado pelos esforços de um colega em esclarecer cada vez mais pormenores. Aqueles que trabalham em paradigmas lógicos e objetivos, dificilmente se compatibilizam com os que atuam por intuição e emoção.» (Ibid).
«O conflito é inevitável nas organizações, porque os objetivos, os valores e as necessidades de grupos e pessoas nem sempre coincidem. O conflito pode ser um sinal de que a organização é saudável. Um acordo sistemático em tudo seria pouco natural e enervante. Deveria haver choques de ideias sobre tarefas e projetos e os desacordos não deveriam ser eliminados. Os conflitos, por outro lado, devem surgir à luz do dia, pois essa é a única forma de garantir que as questões são exploradas e os assuntos resolvidos.
Pode sempre surgir um conflito criativo – ideias novas ou modificadas, perspetivas, abordagens e soluções podem ser geradas por um novo exame de diferentes pontos de vista, desde que baseado numa troca objetiva e racional de informações e ideias. Contudo, o conflito torna-se contraproducente sempre que se baseia em choques de personalidade, ou sempre que é tratado como uma nódoa a limpar o mais rapidamente possível, em vez de ser encarado como um problema a resolver.» (ARMSTRONG, 2005:26).
A maioria dos conflitos tem a sua origem no comportamento de pessoas difíceis que, tecnicamente, se designam por “Fontes-de-Dor (FDD)” e que, constituindo grande parte dos contactos humanos diários, provocam muitas frustrações.
As pessoas difíceis podem encontrar-se em quaisquer circunstâncias, locais e tempo. Qualquer pessoa que premeditada e intencionalmente se assuma como “Fonte-de-Dor”, sabe conduzir-se de forma a provocar o desgaste, a desorientação e até a humilhação da (s) pessoa (s) que pretende atingir.
Gerir a conflitualidade de forma imperturbável, alimentar uma situação de permanente mal-estar, através de argumentos e atitudes, aparentemente corretos e legais, são técnicas que as pessoas difíceis utilizam muito bem.
Como tratar com pessoas difíceis é uma tarefa que envolve procedimentos e atitudes diversificadas perante cada caso complexo mas, ainda assim, algumas regras se podem tentar adotar: «a) Compreender o que fazer em resposta às ações ou atitudes da FDD (Fonte de Dor/Pessoa Difícil); b) Colocarmo-nos numa relação pro-activa, não reativa, com a pessoa difícil, atuando no nosso melhor interesse, sem a influência ofuscante da reação emocional; c) Resistir à tentação de caluniar a pessoa difícil, porque se vai prejudicar uma fonte potencial de objetividade, equilíbrio e bom-senso: as opiniões sinceras, livremente expressas, sem que as peça ou influencie, d) Em vez de comparações, é preferível partir de uma posição limpa, perguntando à pessoa difícil porque atua de tal maneira e esta posição interrogativa permite flexibilidade e a possibilidade, pelo menos em 50%, de saber as motivações dessa pessoa.» (BELL, & SMITH, 1991:16-21).
No dia-a-dia a comunicação interpessoal assume aspectos entre ideias, princípios, valores, pensamentos, emoções e práticas com bastante influência. A luta entre opositores, cujo objetivo é derrotar o adversário, é um tipo de conflito muito frequente. O que define a situação de confronto é o querer “ganhar a discussão” a todo o custo e não querer discutir e resolver um determinado problema. Assim, criam-se, à partida, problemas que resultam em conflitos interpessoais.
Torna-se necessário objetivar os problemas, encará-los de frente, retirando-os do domínio emocional e trazê-los para o domingo racional, tratá-los desapaixonadamente e sem quaisquer tipos de complexos, sejam estes quais forem. Naturalmente que para cada situação em concreto se desenha um potencial tipo de conflito: religioso, político, laboral, económico, pessoal, axiológico, relacionamento interpessoal, sentimental, emocional. Enfim, seria exaustivo elaborar uma taxionomia hierarquizada dos conflitos que preenchem as relações humanas num mundo tão complexo.

Bibliografia

ARMSTRONG, Michael (2005). Como ser Ainda Melhor Gestor. Guia completo de técnicas e competências essenciais. Trad. Geraldine Correia e Raquel Santos. Lisboa: Atual Editora
BELL, Arthur H., & SMITH, Dayle M. (1991). Como Lidar com Pessoas Difíceis. Trad. Ana Rabaça. Mem Martins: Europa América. 
 
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo 

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domingo, 14 de abril de 2013

O Paradigma Comunicativo


A comunicação é uma inevitabilidade cultural e antropológica, sempre acompanhada de atitudes e expressa por uma linguagem verbal e/ou não verbal. O relacionamento interpessoal provoca, necessária e inevitavelmente, determinados comportamentos comunicativos: uns, eventualmente, premeditados, estudados e treinados; outros, espontaneamente.
É possível, a partir do exercício persistente e de boas práticas a nível da comunicação educacional, preparar o uso da língua com correção, elegância, naturalidade e eficácia.
A instituição de um paradigma comunicativo impõe-se, hoje, à sociedade universal, sendo urgente implementar todos os recursos possíveis para que o relacionamento humano intercultural, interreligioso, intergrupos, interplanetário seja uma regra e não uma exceção.
Quaisquer que sejam as atividades profissionais, com os apoios das disciplinas, técnicas, estratégias e metodologias que as estruturam, bem como os recursos utilizados, o objetivo fundamental é atingir-se um “resultado”, cientificamente expresso numa quantidade, revelando qualidade e rigor, sempre em contextos de crescente competitividade, num espaço cada vez mais globalizado.
Hoje, a par das preocupações académicas, teorizações e muita ilustração, exige-se, também, uma valência que vem assumindo uma qualidade que é avassaladoramente valorizada pelos empregadores, porque indispensável ao sucesso das empresas, sejam públicas, privadas ou cooperativas, sejam instituições da mais diversificada natureza e com os mais diferenciados objetivos. A valência a que se alude, denomina-se por “Competência”.
A necessidade, determinação, imposição e/ou urgência de se alcançarem objetivos materiais, morais, políticos, religiosos, éticos e quaisquer outros previamente definidos, em todas as atividades humanas, sugere e aconselha uma atitude cada vez mais pragmática no sentido de uma intervenção prática, enquadramentos sócio-profissionais corretos e uma abertura mental para a competitividade.
O avanço da ciência, da tecnologia e da globalização impõe comportamentos de rigor, de produtividade, de concorrência. Para vencer este surto desenvolvimentista e consumista, pessoas, organizações e sistemas têm de ser competentes. Vários serão, certamente, os conceitos de competência, destacando-se, entre outros:
«Capacidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa.»;
«Atributos pessoais que distinguem pessoas de altas performances de outras, num mesmo trabalho.»;
«Pessoas competentes são aquelas que obtêm resultados no trabalho, nos empreendimentos, utilizando conhecimentos e habilidades adequados.»;
«Competência é a transformação de conhecimentos, aptidões, habilidades, interesse, vontade, etc., em resultados práticos. Ter conhecimentos e experiência e não saber aplicá-los em favor de um objetivo, de uma necessidade, de um compromisso, significa não ser competente, no sentido aqui destacado.» (RESENDE, 2000:30-32).
Nunca como agora as organizações sociais e as pessoas precisaram de ter e desenvolver competências, porque se trata de um requisito essencial para o bom desempenho de uma atividade, mesmo que tal atividade seja comunicar e manter relações interpessoais corretas, civilizadas e produtivas no sentido de se alcançarem objetivos, ainda que circunscritos a uma comunicação e relacionamento agradáveis.
Por isso se justifica a valorização da competência, porque terá profunda influência nos destinos das organizações, nas carreiras profissionais das pessoas e, neste contexto, o conceito paradigmático de competência assume uma nova dimensão e significação, cujas consequências se evidenciam no relacionamento humano permanente.
Atualmente, o paradigma que se insinua em diversos meios e organizações aponta para noções objetivamente positivistas:
a) «A competência será tanto mais prestigiada do que a erudição»;
b) «A competência será o atributo mais importante das pessoas»;
c) «As referências mais importantes para a remuneração ou promoção das pessoas nas organizações não serão mais tempo de casa ou escolaridade, mas sim competências e habilidades»;
d) «As expressões competência emocional, competência espiritual e competência da cidadania, por exemplo, são novas formas de ver e conceituar estas maneiras de ser, manifestar e agir das pessoas.» (RESENDE, 2000: 7-8)
A inferência que parece adequada é começar a interiorizar-se que a competência será cada vez mais um atributo que se impõe às pessoas e organizações, num mundo complexo, competitivo e por vezes conflituoso.
Logicamente, a primeira conclusão que se pode extrair é que também na comunicação e no relacionamento interpessoal, as pessoas e as organizações têm de ser competentes, aqui no conceito prático de obtenção dos melhores resultados, isto é, fazer passar as mensagens verbais e não-verbais que se vão transmitindo no exercício dos múltiplos papéis que diariamente são desempenhados pelas pessoas e organizações, numa sociedade que se deseja, competentemente, civilizada, tolerante, justa, solidária e fraterna. Exija-se, pois, competência.

Bibliografia

RESENDE, Enio, (2000). O Livro das Competências. Desenvolvimento das Competências: A melhor Auto-Ajuda para Pessoas, Organizações e Sociedade. Rio de Janeiro: Qualitymark 

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
 
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domingo, 7 de abril de 2013

Educação Estética

 
Das reflexões que foram efetuadas e que tiveram por base a obra de Friedrich Schiller, denominada “Cartas Sobre a Educação Estética da Humanidade”, creio poder pensar que tal obra está ao serviço da Humanidade, porque ela revela o espírito sofredor, que encontra na educação estética um lenitivo e motivo para a luta por um bem supremo.
O autor pretende que o estado natural atinja o moral pelo empreendimento do estado estético, isto é, do “Terceiro Carácter”, já que as sociedades são conflituosas, por interesses antagónicos e neles, o homem ideal não pode viver pelo situacionismo material reinante.
Na perspectiva Schilleriana, o homem deve autoconstruir-se como obra de arte, a fim de poder reaver a humanidade que possuía, e perdeu pelas constantes investidas de uma civilização que o pretende destruir, ou pelo menos reduzir a um ser impessoal, pelo que para voltar a um estado puro deve libertar-se do material e subir ao ideal, onde o espírito se sobressai da matéria.
O homem é, na sua essência originária, uma obra de arte, um modelo de Beleza porque integra uma unidade perfeita, em todos os seus elementos constituintes, é uma obra inacabada, porque em constante relacionamento com o seu Criador, seja ele apelidado desta ou daquela maneira, porque, efetivamente, o artista desta obra suprema, que é o homem, foi apenas um, Deus Criador, Deus Artista.
É por isso que a educação estética do homem deve iniciar-se o mais cedo possível, em ordem à chamada para as realidades belas e, desde logo, aquela que à sua volta se coloca, ou seja, a Beleza Natural, seja a Beleza mineral, vegetal ou animal, e isto porque todos os elementos que integram o nosso mundo têm o toque do seu Criador, que foi o mesmo para todos e n’Ele todos devemos ir buscar a inspiração necessária à compreensão de toda a obra de arte, desde o conhecimento da obra de arte, que é a linguagem, até ao entendimento do gesto e da intenção do nosso homólogo dialogante.
Entre outras formas de a humanidade se cultivar, se compreender, se auxiliar é, naturalmente, pela leitura que cada um faz da obra de arte, é através do aperfeiçoamento do juízo do gosto que nós aprendemos a amarmo-nos em respeito, em tolerância e em harmonia, na medida em que todos somos uma obra de arte produzida pelo mesmo Artista.
Ao finalizar esta minha análise sobre a Educação Estética, creio ser meu dever afirmar a necessidade imperiosa de, tal como outras matérias, designadamente a ética, a educação cívica, a mundividência, também a Estética deveria ser implementada ao nível do ensino preparatório.
 Isto porque só bem cedo na vida de uma pessoa, que se pretende digna e titular dos seus direitos, e responsável pelos seus deveres, se conseguirá alterar o curso de uma mentalidade fortemente afetada pelo “ideal do belo material”, ou seja, o ideal do ter, a troco da degradação do nosso semelhante, terá de ser erradicado da humanidade e, nada melhor do que na comunhão do homem com a Beleza Natural para se elevar ao nível do Supremo Belo Absoluto.

Bibliografia

DUCASSÉ, P., (s.d.). As Grandes Correntes da Filosofia. 5ª Ed. Lisboa: Publicações Europa-América
HADJINICOLAOO, N., (1978). História das Artes e Movimentos Sociais. Lisboa: Edições 70
MARCUSE, H., (s.d.). A Dimensão Estética. Lisboa: Edições 70
PLAZAOLA, Juan, (1973). Introdución a la Estética. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos
SCHILLER, Johann Christoph Friedrich von, (s.d.). Cartas Sobre a Educação Estética da Humanidade. Buenos Aires: Ed. Aguilar.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo 

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